sábado, 1 de dezembro de 2012

Gil Vicente

Gil Vicente (c. 1465 — c. 1536?) é geralmente considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, actor e encenador. É frequentemente considerado, de uma forma geral, o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano - partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.
Há quem o identifique[quem?] com o ourives, autor da Custódia de Belém, mestre da balança, e com o mestre de Retórica do rei Dom Manuel.
A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem instituída, ao questioná-la. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Reumo do Canto VIII


CANTO VIII Após a visita, o Catual regressa a terra. Por ordem do rei da Índia (estâncias 45 a 46) os Arúspices fazem sacrifícios, porque adivinham eterno cativeiro e destruição da gente indiana pelos portugueses. Entretanto, Baco resolve agir contra os portugueses. Aparece em sonhos a um sacerdote árabe (estâncias 47 a 50 ) incitando-o a opor-se aos portugueses. Quando acorda, o sacerdote maometano instiga os outros a revoltarem-se contra Vasco da Gama. Vasco da Gama procura entender-se com o Samorim, que, após violenta discussão, ordena a Vasco da Gama que regresse à frota, mostrando-lhe o desejo de trocar fazendas europeias por especiarias orientais. Subornado pelos muçulmanos, o Catual impede o cumprimento das ordens do Samorim e pede a Vasco da Gama que mande aproximar a frota para embarcar, com o intuito de a destruir. Vasco da Gama, astuto e desconfiado, não aceita a proposta, sendo preso pelo Catual.Vasco da Gama é feito prisioneiro. Negocia com o catual sua liberdade, em troca de mercadorias européias.
Ainda sobre os esforços constantes de Baco, seria de todo pertinente fazer um pequeno aparte para apresentar a opinião de Hernâni Cidade, para quem esta divindade mitológica representava o orgulho ferido de muçulmanos e italianos. De facto, estes seriam os mais prejudicados com a viagem em causa, pois estava em risco o monopólio (que desde longo tempo já controlavam) das lucrativas especiarias Orientais. O esquema era simples e altamente rentável: os primeiros transportavam as mercadorias em caravanas desde o Oriente até ao Mediterrâneo; os segundos, em particular genoveses e venezianos, redistribuíam esses produtos pela Europa. Tudo isso, porém, estava prestes a mudar com a criação da Rota do Cabo.
Toda esta situação vai levar o poeta, nas últimas quatro estrofes do Canto, a reflectir sobre o poder do ouro. Um poder que torna as gentes cobiçosas, que “mil vezes tiranos torna os Reis”, e que “faz tredores e falsos os amigos”. No Canto VIII, na estrofe 11, ao descrever D.Afonso, Paulo da Gama diz “Este é aquele zeloso a quem Deus ama,/Com cujo braço o mouro imigo doma”, o que nos dá a entender que Deus seja a favor dos católicos portugueses, pois os ama, e seja contra os mouros, pois há a utilização do adjetivo “imigos”. Temos aí mais um exemplo da crença na predileção das entidades cristãs e pagãs pelos católicos, forte ideologia religiosa de Camões.




quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Analise da obra: Auto da Barca do Inferno

O "Auto da Barca do Inferno", ao que tudo indica, foi apresentado pela primeira vez em 1517 na câmara da rainha D. Maria de Castela, que estava enferma. Esse Auto, classificado pelo próprio autor como um "auto de moralidade", tem como cenário um porto imaginário, onde estão ancoradas duas barcas: uma como destino o paraíso, tem como comandante um anjo; a outra, com destino ao inferno, tem como comandante o diabo, que traz consigo um companheiro. Com relação a tempo, pode-se dizer que é psicológico, uma vez que todos os personagens estão mortos, perdendo-se assim a noção do tempo.
Todas as almas, assim que se desprendem dos corpos, são obrigadas a passar por esse lugar para serem julgadas. Dependendo dos atos cometidos em vida, elas são condenadas à Barca da Glorificação ou à do Inferno. Tanto o anjo quanto o diabo podem acusar as almas, mas somente o anjo tem o poder da absolvição. Quanto ao estilo, pode-se dizer todo Auto é escrito em tom coloquial, ou seja, a linguagem aproxima-se a da fala, revelando assim a condição social das personagens, e todos o versos são Redondilhas maiores, sete sílabas poéticas.
Ao longo do Auto pode se encontrar períodos em que são quebrados tanto o esquema de rimas quanto o métrico. Como Gil Vicente sempre procurou manter um padrão constante em suas obras, atribui-se esse fato a possíveis falhas de impressão.
Em relação a estrutura pode-se dizer que o Auto possui um único ato, dividido em cenas, nas quais predominam os diálogos entre as almas, que estão sendo julgadas, com o anjo e com o diabo.
Os personagens do Auto, com exceção do anjo de do diabo, são representantes típicos da sociedade da época. Eles raramente aparecem identificados pelo nome, pois são designados pela ocupação social que exercem. Como exemplo pode-se cita o onzeneiro, o fidalgo, sapateiro etc.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Análise da música "Menina" de Juca Prates

A música "Menina" de Juca Prates pode-se considera-la uma cantiga de amor, pois o eu-lírico se encontra de forma explícita expressando seus sentimentos a sua amada como uma figura idealizada, no qual o poeta fica na posição de fiel vassalo, que pode ser identificado nos versos" Menina, ouça, eu te imploro" e " Que eu amo tanto", fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde esse amor é considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está longe, representado no verso "Não teria o fim que teve, Pois morreu".


Composição: Juca Chaves
Enviada por Mario Arthur 

Menina

Juca Chaves

Menina, ouça o que eu digo
O meu castigo
Tive-o só por te adorar
Menina, ouça, eu te imploro
O que hoje eu choro
São preces do coração
Que só pecou por soluçar
Por ti, menina
Que eu amo tanto
Por quem meu pranto
De tombar, quase secou
Quisera, ouvir-te um dia, flor
Dizer-me: "eu te amo, amor
Como jamais, nunca se amou".
Mas que tristeza!
Tua beleza
Não deste a mim
E eu inda não sei por que tal razão
Agora eu vivo amargurado
Sem ter teu vulto ao lado
Desde jovem coração
Já caducando de paixão
Por ti, menina
Que bom seria
Se eu fosse um dia
Contemplado por um beijo teu
Assim a minha lira
Que por ti não mais suspira
Não teria o fim que teve
Pois morreu...

http://letras.mus.br/juca-chaves/102078/

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Hagiografia de São Gonçalo




São Gonçalo nasceu em 1187, na cidade portuguesa de Tagilde, onde estudou para sacerdote. Depois estudou na escola arqui-episcopal na cidade de Braga, sendo posteriormente designado pároco de São Paio de Vizela. Se tornou santo pelo papa Júlio III em 24 de abril de 1551. O desejo de visitar as sepulturas dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e outros lugares Santos da Palestina fizeram com que São Gonçalo deixasse sua paróquia por 14 anos, tempo este em que viajou por Roma, Jerusalém e demais lugares da Palestina. Todavia, o sentimento de culpa por ter abandonado sua paróquia, a saudade de sua Pátria e um possível descuido por parte de seu sobrinho, pessoa com quem tinha deixado a igreja, fizeram com que ele voltasse para sua terra. Ao retornar, seu sobrinho deu um jeito para que ele não reassumisse a paróquia, provando, através de documentos falsos, que São Gonçalo tinha morrido. Conformando com o que o sobrinho fez, ele vai para a cidade de Amarante, onde construiu uma pequena ermita que dedicou a Nossa Senhora da Assunção, onde se recolheu, saindo apenas de vez em quando, para pregar a palavra de Deus, e o tempo que sobrava ele dedicava à oração e à penitência.

São Gonçalo encontrou no contato com o povo a maneira de converter pecadores. Se vestia de mulher para converter as prostitutas, organizando danças para elas, pois acredita que se elas se cansassem no sábado, não cairiam em tentação no domingo. Ele fez vários casamentos, e supostamente operou vários milagres em Portugal. São Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro de 1259 em Amarante, à margem do rio Tâmega. Depois de sua morte, passou a ser considerado casamenteiro, remédio contra enchentes e protetor dos violeiros. Desde então são celebradas festas em homenagem a ele, que acontecem no primeiro final de semana de Junho. Apesar de ser chamado se santo, Gonçalo do Amarante é apenas Beato, pois o processo de canonização nunca foi levado a um bom termo.

http://lerliteratura.blogspot.com.br/2011/02/o-mito-de-sao-goncalo.html

Hagiografia de Santa Efigênia



Ifigênia e Efrônio eram filhos de Égipo e Eufenisa, Reis da Noba, um dos pequenos reinos da antiga Etiópia.
O nome Ifigênia significa em grego "Nascida Forte".
Os Carmelitas dizem-se descendentes dos Israelitas que viviam em comunidade no Monte Carmelo. Desde o tempo do Profeta Elias. Quando aceitaram o Evangelho acompanhavam os Apóstolos, incentivando os primeiros cristãos a viver como eles. Eis porque Santa Ifigênia veste hábito carmelita em suas representações.
Ifigênia aderiu a fé assim que São Mateus começou a pregar em Noba. Nessa época surgiu uma terrível peste e os sacerdotes da antiga religião convenceram o rei a sacrificar a princesa, para aplacar a ira dos deuses e salvas o povo da peste. Ifigênia foi, então, atada sobre a fogueira. Logo que o fogo foi aceso, clamou pelo nome de Jesus. Apareceu-lhe um anjo que a salvou das chamas e a levou ao palácio real, junto a sua mãe.
Neste mesmo dia, o príncipe Efrônio, seu irmão adoeceu gravemente. E, apesar dos esforços dos sacerdotes Magos, veio a falecer. O imperador Égipo permitiu que São Mateus viesse visitar o seu filho. São Mateus chamado por Ifigênia, impôs suas mãos sobre Efrônio restituiu-lhe a vida curando-o da peste mortal, e em seguida evangelizou e batizou toda a família. Então o imperador permitiu que o Evangelho fosse pregado na Etiópia. A virtuosa Ifigênia tornou-se colaboradora do Apóstolo, decidindo consagrar sua virgindade a Deus. Mais tarde foi morar com outras jovens em uma casa construída pelo pai.
Essa comunidade chegou a possuir 200 religiosas, lideradas por Ifigênia.
Falecendo Égipo, seu Hirtaco prendeu Efrônio, usurpando o trono. Começou, assim, a perseguir todos os cristãos e exigiu que a sobrinha dissolvesse a comunidade e se casasse com ele. Defendeu-a  São Mateus, e por isso foi morto a mando do tirano.
Vendo que Ifigênia ainda resistia ao seu desejo, o indigno rei pôs fogo em sua casa. Quando as chamas cercavam toda a casa, Ifigênia e as companheiras invocaram o nome de Jesus. Na mesma hora o fogo se apagou e o palácio real começou a arder, destruindo tudo.
Diante de mais esse sinal da Providência Divina, o povo revoltou-se contra Hirtaco, quem fugiu. Em seguida, libertou Efrônio, o legítimo herdeiro, fazendo-o assumir o poder. Teve início, então, um governo orientado e estruturado nos princípios evangélicos da Justiça e do Direito. O Rei contava com os sábios conselhos da veneranda irmã.
Ifigênia morreu bem idosa, vendo o Evangelho espalhar-se pelos reinos vizinhos. Perto de Noba havia um reino chamado Abissínia. Seu rei era Elesbão, que também se converteu a fé Cristã.
O duplo triunfo sobre a voracidade das chamas fez de Santa Ifigênia ADVOGADA CONTRA INCÊNDIOS E PROTETORA DA MORADIA. Sendo muito ligada a São Mateus, a quem deve sua conversão, Santa Ifigênia tem a sua festa celebrada aos 22 de Setembro, um dia depois da festa de São Mateus. Esta devoção começou entre os Carmelitas de Cádiz, na Andaluzia. Dessa região espanhola passou a Portugal e de lá ao Brasil. Por ser africana, Santa Ifigênia logo despertou a atenção e o amor do sofrido povo negro, que começou a receber abundantes graças, por sua poderosa intercessão.
Possa o exemplo e testemunho dessa primeira Santa africana incentivar, entre nós, um conhecimento mais profundo da pessoa e da mensagem de Jesus que para nós, seus discípulos, é, foi, e será para sempre, CAMINHO, VERDADE, E VIDA.
Imitando o exemplo de Santa Ifigênia, Saibamos invocar o santo nome de Jesus em nossas dificuldades. Ela se colocará ao nosso lado para orar conosco a Deus.


 
  http://santaifigenia.sites.uol.com.br/HistSI.html