O "Auto da Barca do Inferno", ao que tudo indica, foi apresentado
pela primeira vez em 1517 na câmara da rainha D. Maria de Castela, que
estava enferma. Esse Auto, classificado pelo próprio autor como um "auto
de moralidade", tem como cenário um porto imaginário, onde estão
ancoradas duas barcas: uma como destino o paraíso, tem como comandante
um anjo; a outra, com destino ao inferno, tem como comandante o diabo,
que traz consigo um companheiro. Com relação a tempo, pode-se dizer que é
psicológico, uma vez que todos os personagens estão mortos, perdendo-se
assim a noção do tempo.
Todas as almas, assim que se desprendem dos corpos, são obrigadas a
passar por esse lugar para serem julgadas. Dependendo dos atos cometidos
em vida, elas são condenadas à Barca da Glorificação ou à do Inferno.
Tanto o anjo quanto o diabo podem acusar as almas, mas somente o anjo
tem o poder da absolvição. Quanto ao estilo, pode-se dizer todo Auto é
escrito em tom coloquial, ou seja, a linguagem aproxima-se a da fala,
revelando assim a condição social das personagens, e todos o versos são
Redondilhas maiores, sete sílabas poéticas.
Ao longo do Auto pode se encontrar períodos em que são quebrados
tanto o esquema de rimas quanto o métrico. Como Gil Vicente sempre
procurou manter um padrão constante em suas obras, atribui-se esse fato a
possíveis falhas de impressão.
Em relação a estrutura pode-se dizer que o Auto possui um
único ato, dividido em cenas, nas quais predominam os diálogos entre as
almas, que estão sendo julgadas, com o anjo e com o diabo.
Os personagens do Auto, com exceção do anjo de do diabo, são
representantes típicos da sociedade da época. Eles raramente aparecem
identificados pelo nome, pois são designados pela ocupação social que
exercem. Como exemplo pode-se cita o onzeneiro, o fidalgo, sapateiro
etc.
Parabéns Jonas sua análise sobre o aUTO ficou 10, com um português simples e objetivo, você conta bem resumido e claro do que se trata a obra e da lição que ela passa.
ResponderExcluirJonas, parabéns pela postagem! Adorei!!
ResponderExcluirMuita boa a sua análise, parabéns Jonas!
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